Fauna e flora na região de Arequipa

No território de Arequipa você encontra uma grande variedade de espaços geográficos. Nesse sentido, é normal encontrar uma grande variedade de flora e fauna. Como exemplo podemos ver que Arequipa abriga um dos animais mais saborosos da gastronomia peruana: o camarão de rio. Também podemos encontrar o gato andino e no mar uma variedade de peixes e pássaros.

Alpaca
Fauna de Arequipa – Reserva de Salinas e Aguada Blanca


Localização e clima da região de Arequipa

A região de Arequipa está localizada entre a Cordilheira dos Andes e o mar, por isso apresenta um espaço bastante complexo e acidentado. Possui uma área de 63.345 quilômetros quadrados. Possui vales andinos, pampas, cadeia vulcânica, alto planalto andino e desertos que margeiam o mar. Embora a costa seja bastante rochosa, existem praias abertas como balneários, como Mejía, Mollendo e Camaná. Ao longo de todo o litoral o clima é úmido, nublado e com pouca precipitação, o que o torna bastante árido. Na subida aos Andes o clima varia de acordo com o aumento da altitude. Nestes locais, a precipitação aumenta e as variações térmicas variam muito durante o dia e a noite. Estes climas variados e a complexa região oferecem uma grande variedade em termos de fauna e flora.


Fauna nos Andes e vales de Arequipa

  • Flamingo andino (Phoenicoparrus andinus)

    Conhecido nestas terras como parihuana. Tem um metro de altura e quando voa tem envergadura de 1,60 metros. A cor da sua plumagem é rosa com pigmentações brancas, próximo ao peito torna-se mais escura, quase violeta.

    Em Arequipa podem ser encontrados na Reserva Salinas e Aguada Blanca, enquanto descansam durante a migração. Procuram constantemente áreas úmidas onde em determinados momentos passam a se reproduzir e em busca de alimento. Estas aves nidificam principalmente no Salar de Atacama. Após dez dias da eclosão dos ovos, os novos filhotes são cuidados por enfermeiras que os cuidam e alimentam, o restante dos adultos se desloca para outras lagoas. Eles são cuidados por três meses, após os quais começam a voar e se deslocar para o sul.

  • Raposa andina (Lycalopex culpaeus)

    Conhecida na região simplesmente como raposa. Tem o tamanho médio de 60 centímetros de altura e comprimento, junto com a cauda atinge de 90 a 110 cm. Possui pelagem espessa e relativamente longa, para se adaptar ao frio. O dorso é acinzentado e o resto da pelagem é amarelada, as orelhas com pontas pretas e a cauda longa bastante grossa ou fofa com nuances pretas, o ventre é de cor clara.

    A raposa andina é solitária. Em Arequipa pode ser encontrada na Reserva Salinas e Aguada Blanca. Geralmente se refugia em tocas e algumas cavernas. Possui uma área de deslocamento, onde caça e cria seus filhotes, de 11 quilômetros. Eles tendem a ser bastante territoriais mesmo com o sexo oposto.

    A dieta da raposa andina é carne, ela se alimenta de roedores, pássaros, alguns répteis, ovos e invertebrados. Em algumas ocasiões alimenta-se de frutas. Quando tem oportunidade sai para caçar filhotes de vicunhas e guanacos, às vezes se alimenta de carniça.

    Esses animais geralmente se reproduzem durante os meses de agosto a outubro. A gestação das mães dura em média 55 a 60 dias. As novas ninhadas são geralmente de 3 a 8 filhotes. Esses filhotes são alimentados por alguns meses. O homem e a mulher cuidam dos jovens. Após 3 meses, o bezerro aprende a caçar por meio de brincadeiras. Geralmente vivem em torno de 11 anos, atingindo a maturidade sexual ao final de um ano de vida.

  • Condor andino (Vultur gryphus)

    Condor andino
    Condor andino – Arequipa

    Para muitos moradores, o condor andino é considerado o “rei dos Andes”. Tem uma altura de 130 a 142 centímetros, enquanto em voo e com as asas estendidas atinge uma envergadura de 330 centímetros. A plumagem desta gigantesca ave é preta com alguma pigmentação branca nas asas e no pescoço, sendo estas as suas características mais marcantes.

    Em Arequipa, esta majestosa ave pode ser encontrada no Vale do Colca e na Reserva Salinas e Aguada Blanca. Alimentam-se principalmente de carniça graças ao seu bom olfato. Devido ao seu grande olfato, é considerado uma das sete espécies de abutre americano, por apresentar essas características estranhas ou incomuns nas aves.

    Esta ave cobre grande parte do território andino, atingindo em alguns casos a costa de Paracas. Este amplo território de ação, a caça furtiva, as alterações climáticas, a poluição ambiental e a difícil reprodução destas aves, Eles foram posicionados como uma espécie em extinção. Seu vôo se dá graças às correntes de ar produzidas pela ascensão térmica. Você pode planejar grandes extensões sem nenhum problema.

    O condor andino só amadurece sexualmente aos 5 anos, houve até relatos de mães de primeira viagem apenas aos 11 anos. Eles só podem ter um filho a cada dois ou três anos. Tem um comportamento monogâmico e ambos os pais incubam o ovo. Esses bebês ficam com os pais até os dois anos de idade. Eles podem viver até 50 anos na natureza, enquanto em cativeiro até os 80 anos.

  • Gato andino (Leopardus jacobita)

    O Gato Andino é um felino pequeno, mas bastante robusto. O comprimento total de um gato andino adulto varia entre 74 cm e 85 cm. Com cauda bastante longa de aproximadamente 41 a 48 cm. A pelagem é cinza acinzentada com manchas marrom-avermelhadas ou amareladas, dispostas verticalmente que culminam na cauda, ​​que possui nove anéis da mesma cor das manchas. Pode pesar até 6 quilos.

    Este felino é encontrado na Reserva Salinas e Aguada Blanca, também na Reserva Paisagística da Sub-bacia Cotahuasi. Alimenta-se principalmente de vizcacha ou chinchillón da montanha, outros pequenos roedores, algumas aves aquáticas e terrestres, em alguns casos ovos e répteis. Possui hábitos noturnos onde abrange grandes territórios. Sua presença pode ser encontrada em áreas rochosas e áridas, o gato andino tenta desenvolver sua vida próximo a fontes de água.

    Possui um grande território com aproximadamente 5.000 campos de futebol. A espécie de gato andino tem uma densidade populacional muito baixa, apenas 1.400 gatos adultos foram relatados. Tem problemas territoriais em muitos casos com o gato das pastagens e em alguns outros contra a raposa andina. Depois de doze anos, um gato andino pôde ser visto novamente em seu habitat natural.

    Em alguns países como Chile e Bolívia é caçado por sua pele. Porém, em alguns avistamentos, que na verdade são muito raros, observou-se que eles apresentam um comportamento calmo; algumas testemunhas afirmam que não demonstram medo de serem observados por humanos. É um dos felinos mais ameaçados do mundo; atualmente estão sendo desenvolvidos programas para fortalecer seu habitat e prevenir caçadores furtivos.

    Espera-se que o gato andino, seguindo o comportamento de alguns felinos, seja solitário e só procure a fêmea na época de acasalamento. Estima-se que o número de descendentes em cada nascimento só chegue a dois no melhor dos casos. Os pais e seus filhos puderam ser observados durante a primavera.

  • Choca de bico amarelo (Fulica rufifrons)

    Seu nome latino é Fulica rufifrons, porque possui uma tagua ou galeirão vermelho escuro, bem entre o bico e a cabeça. O bico é amarelo e toda a plumagem é acinzentada enegrecida, a intensidade do preto varia entre o peito e o abdômen, sendo mais claro nesta parte do corpo. As patas são amarelo-esverdeadas e os olhos apresentam tonalidade vermelha.

    Tem uma medida de 40 a 50 centímetros. Esta ave pode ser encontrada na Reserva Paisagística da Sub-bacia Cotahuasi. São pássaros atarracados por isso exigem esforço para voar, para voar ganham impulso pedalando com as pernas na água. São conhecidas como galinhas da lama, devido à posição de suas cabeças enquanto nadam e voam.

    Eles são onívoros e se alimentam de diversos alimentos, como plantas, alguns peixes, insetos e outros animais menores. Eles são bastante territoriais durante a época de reprodução. Machos e fêmeas lutam contra outros pares por território e comida. Eles se reproduzem durante todo o ano, colocando até seis ovos.

  • Águila Mora (Geranoaetus melanoleucus)

    Águila Mora
    Águila Mora – Arequipa

    São aves bastante grandes, depois do condor é o segundo maior nestas áreas. Tem 70 centímetros de altura e pesa até 2 quilos. Possui plumagem esbranquiçada no ventre, pernas, parte das asas e garganta, em menor proporção. O resto da plumagem é cinza escuro. Quando abre as asas, tem envergadura de 175 centímetros.

    A águia mourisca pode ser encontrada na Reserva Natural La Yareta. É uma ave solitária e predatória, alimenta-se de mamíferos não muito grandes, também lagartos, cobras, outras aves e alguns invertebrados. Também pode ser encontrado em diversos países que fazem fronteira com a cordilheira dos Andes. Aproveite o clima variado para deslizar nas correntes de ar.

    Durante a estação fria, estas aves imponentes descem para zonas mais costeiras. Nestes territórios costumam nidificar nas colinas e se alimentam das espécies que vivem nestes locais. Em algumas ocasiões foram vistos caçando bandos de pombos aos pares. Mas normalmente caçam sozinhos. Eles vão caçar ao meio-dia porque há mais correntes de ar.

    Nidificam por 30 dias, normalmente a fêmea põe dois ovos. Geralmente colocam seus ninhos em áreas altas, como copas de árvores. Porém, é mais comum ver seus ninhos em rochas e fendas. Nos territórios de Arequipa são frequentemente assediados ou assediados por aves menores; normalmente esta ave não responde voando casualmente até encontrar uma área de caça.

  • Fringilo apizarrado ou yal picofino (Xenospingus concolor)

    É uma ave bastante esbelta. Tem uma altura aproximada de 15 cm e graças às suas longas pernas o resto do corpo é estilizado. O bico é amarelo brilhante, longo e fino. As pernas têm uma cor entre o amarelo e o laranja. Sua plumagem é cinza-azulada com variações mais claras na região inferior do corpo, na parte dos olhos ostenta uma espécie de máscara com penas pretas.

    Pode ser encontrada na Reserva Paisagística da Sub-bacia Cotahuasi. Essas aves não apresentam dimorfismo sexual, ou seja, fêmeas e machos não apresentam grandes diferenças. Quando são aves imaturas ou acabam de atingir a maturidade sexual, apresentam plumagem marrom com certas partes bege no peito.

    É considerada uma ave endêmica da referida reserva. É incomum em outras regiões do Peru. Geralmente vive em áreas de arbustos densos, mas próximo a áreas abertas ou trechos de pastagens. Não existem muitos estudos sobre esta ave. No entanto, a sua escassez é evidente; muitos atribuem o declínio populacional à destruição do seu habitat e ao crescimento da população humana.

    Alimenta-se principalmente de insetos. Pode ser visto aos pares próximo a folhagens ou arbustos, locais onde costuma nidificar e permanece escondido, geralmente mantendo a cauda ereta. É mais fácil ver durante as primeiras horas da manhã. Nidifica entre os meses de dezembro e junho.

    Embora o macho esteja presente na construção do ninho, é a fêmea quem acaba construindo todo o ninho. A construção do ninho termina em formato esférico de 11 a 13 centímetros de diâmetro com galhos a uma altura aproximada de 2 metros do solo, entre os arbustos.

  • Fuinha de barriga branca ou saguim pálido (Thylamys pallidior)

    É um marsupial nativo da América do Sul. De tamanho pequeno, uma das principais características é possuir pelagem macia e densa, relativamente longa e frouxa. A cor de seu pelo no dorso é cinza claro, essa mesma cor pode ser vista nas laterais. O pelo da barriga é creme ou branco. Na região dos olhos possui uma espécie de máscara com pelos mais escuros.

    Possui pequenas patas brancas, possui cauda preênsil, ou seja, pode movê-la ou usá-la para se segurar enquanto se move. Esta cauda tem uma cor marrom e cinza coberta por pequenas escamas aneladas na cauda. Segundo estudos, ele tem a capacidade de armazenar gordura na cauda, ​​bem na base dela. A fêmea da doninha de barriga branca não possui marsúpio nem bolsa. Tem um peso de 20 a 40 gramas.

    Essa espécie de animal costuma ser noturna, sendo também arborícola, ou seja, vive em árvores. Sua principal dieta são insetos noturnos. Segundo alguns estudos, alimentam-se de certas frutas, em alguns casos roedores menores e passarinhos. Acumule gordura nos períodos de inverno, quando a comida é escassa. Ele pode entrar em estado de torpor quando as condições climáticas caem drasticamente.

    Eles atingem a maturidade sexual com um ano de idade. A época de acasalamento ocorre durante os dias de verão. As fêmeas possuem 15 mamas, a maioria delas na região inguinal, dispostas aos pares, muito semelhantes às da região peitoral. Eles provavelmente acasalam até duas vezes por ano, as ninhadas de novos filhotes variam entre 11 e 15.

  • O camarão (Cryphiops caementarius)

    Camaron de río
    Camarão de rio – Arequipa

    Também conhecido como camarão de rio. É um crustáceo que cresce em águas doces. Possui uma cabeça pequena com olhos salientes, possui também um par de antênulas e um par de antenas. Pode atingir 30 centímetros de comprimento e pesar até 200 gramas. Porém, o tamanho para comercialização é de 7 a 20 centímetros e peso entre 20 a 100 gramas.

    São bons caçadores, possuem duas pinças, uma maior que a outra. Eles geralmente estão localizados em remansos profundos e sombreados. Portanto, encontrá-los debaixo de pedras é comum. Esse comportamento provavelmente se deve ao fato de que durante o processo de muda eles se tornam mais agressivos, pois antes de adquirirem sua concha característica possuem apenas uma membrana fraca.

    O camarão pode ser encontrado nos rios Camaná, Ocoña, Tambo e Majes, com maior presença nos dois rios citados. O ciclo de vida do camarão é composto por 4 processos, o primeiro é a fase de ovo, quando eclode é uma larva que consegue se alimentar de seu ambiente, chega à fase pós-larva onde pode se movimentar e começa a tentar caças, chegando finalmente seu estado adulto após a muda.

    Uma fêmea adulta pode depositar até 30.000 óvulos que podem ou não ser fertilizados. Os ovos são transportados por uma câmara incubadora que se conecta ao abdômen da fêmea por 15 a 21 dias. Após esse processo as larvas são liberadas e se alimentam de plâncton. Eles permanecem em águas salinas por três a seis semanas. Quando crescem voltam para águas doces onde acabam amadurecendo.

  • Alguns auquénídeos no Vale do Colca

    • Vicunha (Vicugna vicugna)

      São considerados os menores camelídeos, pesando até 50 quilos e medindo 80 cm de comprimento. São animais brancos com tons bege, com manto marrom avermelhado claro no dorso. Possui pernas finas com pontas almofadadas, graças às quais pode caminhar em qualquer terreno. A lã que possui é uma das melhores do mundo. Possui pelagem densa localizada em fibras, medindo 15 micrômetros. Este pêlo forma uma fibra fina, mas algumas camadas podem crescer a partir dele. Isto é para proteger o animal do frio e da chuva.

    • A taruca (Hippocamelus antisensis)

      Este animal pertence à família dos cervos. É bastante robusto e perfeitamente adaptado à geografia das zonas andinas. Acima de tudo, nas encostas rochosas das serras onde há pouca vegetação, rochas e pastagens da puna. Possui pelagem cinza com tons marrons. Essa pelagem é composta por pêlos grossos e ocos, e a pele também possui uma camada mais fina de pêlo. No rosto apresentam uma mancha preta, característica mais notável nos machos, que desenvolvem chifres que perdem uma vez por ano; Os chifres têm 30 centímetros de tamanho.

    • O guanaco (Lama guanicoe)

      É um animal selvagem de corpo esguio e ossos finos e finos. Ele tem 160 centímetros de altura e pesa 91 quilos. São animais bastante grandes, com boa lã na pelagem avermelhada. A cabeça é vermelha escura, enquanto as pernas e a região do ventre apresentam um tom esbranquiçado. Seu principal predador é o puma e em alguns casos a raposa. Os guanacos se alimentam de gramíneas, musgos e tubérculos, além de terem a capacidade de beber água doce ou salgada, algo que poucos mamíferos conseguem fazer.

    • A alpaca (Vicugna pacos)

      Geneticamente, esta espécie não é fácil de classificar, pois apresenta muitas semelhanças com vicunhas e guanacos. Segundo alguns estudos, em relação ao DNA da alpaca, entendeu-se que ele está mais relacionado com a vicunha. Pode pesar 77 quilos e sua altura é de apenas 90 centímetros. Sua lã é muito valiosa, por isso não é utilizada como animal de carga. Graças à sua lã podem ser confeccionadas peças de vestuário de excelente valor comercial. Existem duas raças de alpacas. O primeiro deles é o huancaya, que tem pêlo enrolado, enquanto o suri, tem pêlo encaracolado que cai paralelo ao corpo.

    • A llama (Lama glama)

      Era um animal utilizado exclusivamente pelos Tawantinsuyo. É um animal que provavelmente foi domesticado muitos anos antes da formação do Tawantinsuyo. A lhama forneceu ao império inca lã e carne. Desde a época colonial e a independência do Peru, ainda hoje é utilizada da mesma forma. A lã que possui é de boa qualidade. No caso da Bolívia, está presente no seu brasão de armas. Também apareceu no primeiro brasão peruano, mas foi mais tarde substituída pela vicunha.


Fauna das costas de Arequipa

  • Lobo do mar (Arctophoca australis)

    Lobo de mar
    Lobo do mar – Arequipa

    O lobo-marinho faz parte da família dos otariídeos, uma espécie de mamíferos pinípedes bem adaptados à vida aquática. Os machos destes animais são bastante pesados e corpulentos, enquanto as fêmeas são esguias e magras. Quanto à sua pelagem, apresentam dois tipos e camadas: a primeira é uma camada exterior constituída por pêlos grossos e cerdosos, bastante compridos e bicolores. A outra camada é a interna, constituída por pêlos mais finos e pequenos, suaves ao tato devido à grande densidade da pelagem. Esta camada serve para o isolar das temperaturas frias da água.

    Os lobos marinhos estão na costa de Arequipa, precisamente em Caleta San José, este lugar só é acessível por mar, ou seja, para começar uma viagem a partir do porto de Matarani que faz fronteira com a costa de Arequipa. Estes lugares acidentados são ideais para estes animais que preferem procurar alimento nas profundezas do mar. Eles podem mergulhar até 170 metros.

    Em alguns casos, servem de alimento a predadores maiores, como as orcas e os tubarões azuis e brancos, quando mergulham ao largo. Os leões-marinhos alimentam-se frequentemente de peixes, cefalópodes e alguns crustáceos. Em alguns casos, alimentam-se de peixes que são muito procurados pelos pescadores peruanos, como a anchoveta, que é frequentemente um alimento favorito.

    Os leões-marinhos reproduzem-se de forma gregária. Formam grandes colônias chamadas “loberas”. No entanto, existe uma representação poligâmica, sendo que o maior ou os maiores dominam os territórios onde se formam as colônias durante dois meses no período de reprodução. Quando isso ocorre, muitos desses animais não se alimentam e sobrevivem apenas da gordura acumulada.

    Os machos mais poderosos conseguirão obter mais fêmeas. As fêmeas, por seu lado, normalmente dão à luz, iniciam colônias nas costas, após o que voltam a entrar no cio. Mais exatamente, o período de gestação dura cerca de 11 meses e 3 semanas. As crias nascem com um peso médio de 4,5 quilogramas e um comprimento de 45 a 50 centímetros. Os recém-nascidos têm uma pelagem preta que muda para castanho à medida que crescem.

    As mães amamentam as crias durante 10 meses, embora nalguns casos até 12 meses. Durante a criação, ocorre um processo de ensino onde a cria aprende a pescar e a adaptar-se à vida em terra. As crias formam clãs e aprendem estas atividades ao longo do ano, ao mesmo tempo que estão perto das suas mães.

    As fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 2 e os 4 anos, enquanto os machos só atingem a maturidade sexual aos 5 ou 6 anos. Embora nesta idade não sejam tão pesados e não tenham atingido o seu pleno crescimento. Normalmente, formam o seu primeiro harém aos 7 ou 8 anos.

  • O piquero peruano (Sula variegata)

    Estas aves pertencem à família dos Súlidos, Este tipo de ave caracteriza-se por possuir bico longo, pescoço robusto e patas curtas. O atobá peruano tem 74 centímetros de altura. Possui plumagem branca no corpo, pescoço e cabeça, o bico é cinza escuro, as pernas são preto-azuladas. Eles têm asas marrons longas e pontiagudas com jaspe branco. A cauda tem a mesma cor, embora tenha algumas penas brancas mais longas.

    Em Arequipa pode ser encontrada na costa de Camaná, há um grande número na Quebrada Pájaro bobo. Sua forma de caçar é lançando-se rapidamente sobre cardumes e outras espécies que se encontram em águas marinhas. Em alguns casos consegue mergulhar atingindo profundidades de 9 metros. Essas aves se lançam de aproximadamente 90 metros de altura. Eles despencam com as asas dobradas para trás, bem alinhadas com o corpo. Eles também caçam outros peixes e até lulas em alguns casos.

    As patas curtas apresentam cores marcantes nas demais espécies da mesma família. Essa particularidade é muito importante para os namoros. Quando um macho consegue conquistar, eles acasalam para o resto da vida, ou seja, os machos são monogâmicos. Quando nidificam, fazem-no em grandes colónias e alimentam-se em grupos. Eles têm um estilo de vida gregário. Em alguns casos estas aves conseguem sobreviver 25 anos.

    Os rituais de acasalamento ou danças de cortejo contam com coreógrafos bastante coloridos e cômicos, em alguns casos. Eles estendem o pescoço para o céu enquanto levantam o rabo, movendo lentamente a cabeça, depois fazem um desfile particular exibindo suas pernas coloridas. Eles sempre dão uma pedra ou um galho para as fêmeas.

    Porém, esse tipo de ave apresenta comportamento fratricida, pois a primeira ave a chocar o ovo destrói os ovos ou joga fora os menores. Esse comportamento é uma forma de garantir a ninhada devido às adversidades envolvidas na obtenção de alimento.

  • Pingüim de Humboldt (Spheniscus humboldti)

    Pingüino de Humboldt
    Pingüim de Humboldt – Arequipa

    É uma ave que não voa, as asas estão mais adaptadas à natação, razão pela qual são utilizadas como barbatanas. Tem um tamanho médio de 70 centímetros, pesando cerca de 5 quilogramas. Quanto à sua descrição, é de cor abundantemente negra, com uma zona carnuda à volta da circunferência do olho que rodeia ambos os olhos e se liga ao bico. O bico é preto e tem um comprimento de 10 centímetros com algumas tonalidades brancas.

    Um manto de plumagem negra cobre todo o seu corpo, da cabeça à cauda. Possui uma fina linha branca acima dos olhos, esta plumagem preta atinge o peito e a região abdominal. As asas ou barbatanas têm os dois tons, na parte superior é preta, enquanto na parte inferior é branca. Quanto às pernas, são robustas e próprias para nadar; são pretas com manchas rosadas.

    O pinguim de Humboldt recebe esse nome porque aproveita a Corrente de Humboldt para se locomover e encontrar alimento. Portanto, não só pode ser encontrado nas ilhas ou terrenos rochosos de Arequipa, mas também em grande parte da costa peruana e chilena. Estas aves são desajeitadas ao caminhar em terra, enquanto no mar podem atingir velocidades de 14 km/h e é aí que encontram a sua principal fonte de alimento, que são os peixes e em alguns casos cefalópodes e crustáceos.

    Seus principais predadores são leões marinhos, às vezes tubarões, raposas e gaivotas quando filhotes. Devido à mudança de seu habitat devido à presença humana, sua população diminuiu drasticamente.Outro fator para isso é a corrente da criança que ofusca sua principal fonte de alimento e até mesmo seu próprio habitat. Atualmente está ameaçado de extinção.

    Para garantir a reprodução de sua espécie, os pinguins de Humboldt se organizam em colônias. Nidificam em ilhas de guano ou em buracos naturais. Foram relatados casos em que a fêmea põe 2 ovos de tamanhos diferentes. Ambos são cuidados pelos pais até os 20 dias de vida. Depois disso, todos os recém-nascidos ingressam em grandes creches, enquanto os pais saem em busca de alimento. Os filhotes são alimentados pelos pais até os 3 meses de idade.

  • Peixe marinho

    Muitas espécies de peixes podem ser encontradas no mar peruano. Porém, alguns deles podem ser encontrados em maior quantidade nas águas que pertencem à região de Arequipa. Alguns destes peixes são capturados industrialmente por empresas de conservas e conservas de peixe. Os principais peixes que podemos encontrar em Arequipa são os seguintes:

    • A sardinha (Sardina pilchardus)

      Possui corpo alongado e um tanto comprimido, chegando em alguns casos a 25 centímetros de comprimento. Esses peixes se reúnem em grandes cardumes. Os ovos são deixados no plâncton e se desenvolvem em uma ou duas semanas, dependendo da temperatura. As fêmeas põem entre 50.000 e 60.000 ovos.

    • A Lorna(Sciaena deliciosa)

      Possui corpo robusto, com cabeça um pouco pequena, mas mandíbulas fortes. Atinge tamanhos de até 48 centímetros. A quantidade destes peixes nas águas marinhas de Arequipa é regular. Vive em profundidades de 5 a 50 metros de profundidade. O tamanho mínimo permitido para comercialização é superior a 24 centímetros. Eles são capturados pela pesca artesanal.

    • A bonito (Sarda sarda)

      É um dos peixes marinhos mais consumidos pela população peruana. É um peixe azul que pode atingir até 60 centímetros e pesar 3 quilos. Atinge a maturidade sexual aos 2 anos e tem tamanho mínimo para ser comercializado de 52 centímetros. Uma única fêmea pode botar até 3 milhões de ovos. Alimentam-se principalmente de anchovas e alguns camarões.

    • A caballa (Scomber scombrus)

      É um dos peixes mais ricos em ômega, possui corpo alongado e robusto. Segundo alguns estudos, tem boa carne além de ser um peixe azul. Eles têm tamanho médio entre 18 e 45 centímetros e podem pesar até 4,5 quilos. Eles vivem em escolas para se locomoverem e para datas de reprodução. Estima-se que aproximadamente 300.000 a 400.000 novos filhotes nascem normalmente durante cada desova.

    • A cabinza (Isacia conceptions)

      Este peixe pode ser encontrado nas zonas rochosas da costa de Arequipa. Possui corpo robusto, possuindo cabeça e cauda pequenas, enquanto o corpo é mais largo. Ou seja, tem o formato de um torpedo. Pode atingir o tamanho de 60 centímetros, alimentando-se de crustáceos e algumas algas marinhas. É capturado através da caça artesanal, o tamanho mínimo para comercialização é de 21 centímetros.


Flora de Arequipa

  • O mamão Arequipa (Vasconcellea pubescens)

    Papaya
    Mamão – Arequipa

    É uma fruta tradicional dos vales de Arequipa. Em outros lugares também é conhecida como “papayuela”. Tem esse nome porque tem o formato de um mamão normal. Esta fruta é característica do Peru e da Colômbia. Em Arequipa faz parte de suas bebidas e sobremesas. Papayuela é capaz de se desenvolver em latitudes que variam de 1.000 a 3.300 metros acima do nível do mar. É amplamente distribuído, especialmente no Sudeste Asiático.

    A árvore desta fruta pode atingir 10 metros de altura. As folhas são em forma de estrela, longas e ásperas. O fruto do mamão Arequipa pode ter de 6 a 15 centímetros de tamanho. É consumido em sucos e algumas sobremesas. Tem um sabor mais doce em comparação com outros mamões. Pode ser consumido fresco ou cru e até em alguns coquetéis.

  • Queñua (Polylepis)

    É uma das árvores mais vistas nas zonas andinas. Não possui tronco reto, pelo contrário, possui tronco retorcido e ramificado. Algumas dessas árvores podem atingir 20 metros de altura e troncos que chegam a dois metros de diâmetro. Às vezes você pode vê-los juntos formando florestas. A principal forma de reconhecê-los é através dos troncos, que além de retorcidos, apresentam casca marrom-avermelhada, de onde saem pequenas folhas finas.

    Possui flores pequenas, agrupadas em cachos, possuem características cuja polinização se dá pelo vento. Portanto, apresenta pétalas e sépalas reduzidas, ausência de odor e néctar, mas presença de pólen abundante. O pólen dessas flores é mônada, por isso é encontrado em uma flor alongada. Já os frutos que esta árvore produz são aquênios, que se dispersam pelas correntes de vento.

  • Ichu (Stipa Ichu)

    Esta planta é bastante visível quando se viaja pelas zonas altas andinas de Arequipa. É considerada erva porque é fonte de alimento para algumas espécies, principalmente camelídeos. Possui caules bastante longos, alguns atingindo mais de um metro e meio de altura. As folhas não se desprendem do corpo, são bastante rígidas e eretas. Em algumas ocasiões e seguindo um processo adequado, podem-se construir cordas muito resistentes que até foram utilizadas pelos Incas para construir pontes.

  • Yareta (Azorella compacta)

    É uma espécie de fanerógama, pode ser encontrada em grande parte do território sul-americano. Principalmente nos Andes do Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Vive em áreas montanhosas a uma altitude que pode variar de 3.200 a 4.800 metros acima do nível do mar. Geralmente cresce em encostas e áreas rochosas próximas a vulcões. No caminho para Misti você encontra essas plantas. Cresce em forma de manta em solos rochosos, são arbustos muito densos para reduzir a perda de calor e muito próximos do solo onde a temperatura do ar é de 1 ou 2 C°. Desde a antiguidade até hoje foi utilizado como combustível e para extrair a resina de suas folhas. As flores possuem propriedades medicinais.

  • Tola tola (Parastrephia quadrangularis)

    É uma espécie de planta fanerógama, ou seja, produz muitas sementes. A tola tola é uma planta nativa da América do Sul, pode ser encontrada na ecorregião conhecida como La Puna. Pode atingir dois metros de altura e cresce em locais semiáridos e secos. Pode ter uma vida útil de 5.000 metros acima do nível do mar. Na Argentina acredita-se que ao queimar esse arbusto o processo de nascimento pode ser acelerado com a fumaça.

  • Rodal de Puya de Raimondi (Puya de Raimondi)

    Também conhecido como “Raimondi titanca”. É uma das poucas espécies endêmicas da América Latina. Está incluída na Lista Verde para a Conservação da Natureza da União Internacional, como espécie em perigo de extinção desde 2009. No seu auge, pode atingir 4 metros de crescimento vegetativo. Porém, pode atingir cerca de 12 metros de altura. O Raymondiii pode viver cerca de 100 anos, sendo uma das espécies que morre após a floração. Floresce nos meses de dezembro e janeiro, a uma altitude de 4.000 metros acima do nível do mar. Pode produzir 5.000 flores, deixando muitas sementes. Mas é o único do seu tamanho nesta parte do mundo.

  • Uva (Vitis)

    Este é o nome dado aos frutos oferecidos pela videira. Pode ser colhido em cachos de diversos tamanhos. Existem também sabores diferentes para que possa trabalhá-los de diferentes formas, desde fermentá-los em grandes quantidades e obter vinho ou pisco, até deixá-los secar para obter algumas passas. Existem variedades de uvas que vão do roxo ao verde. Nestes tons também podem variar em tamanho ou forma.

    As uvas foram plantadas há muito tempo, por isso a própria fruta já adquiriu uma certa versatilidade. No entanto, é importante exigir um bom tempo que não desça abaixo dos 9°C. O método de semeadura pode ser variado, entre eles estão: por semente, por estaquia, por alporquia e por enxertia.

    Durante a pandemia, Arequipa recebeu permissão para continuar o plantio e a colheita de uvas. Durante os anos de 2020 a 2021, Arequipa conseguiu exportar 9.000 toneladas de uva para 17 mercados diferentes no mundo. Posicionando-se assim com um volume de vendas melhor que o período anterior.

  • Arroz (Oryza sativa)

    O arroz é um dos cereais mais importantes e mais consumidos no planeta. Talvez por isso tenha diferentes espécies e tipos de grãos. A forma básica deste género alimentício é a de um grão branco alongado. Quanto à planta, o seu caule tem nós e entrenós alternados, como o junco, mas mais pequeno, atingindo uma altura de 120 centímetros. As suas flores são verde-esbranquiçadas e formam uma espécie de espigueta da qual se extrai o arroz.

    Arequipa compete atualmente com Cajamarca para ser o maior exportador do país peruano. As culturas de arroz estão localizadas no vale do Tambo e em parte do vale do Camaná. É importante mencionar que as áreas de cultivo estão localizadas nos vales formados pelos rios Tambo, Ocoña e Majes.

  • Higo (Ficus carica)

    Higo
    Higo – Arequipa

    Desde 2018, o figo tem se posicionado como um dos melhores produtos para exportação, segundo o Senasa. O figo é um produto de origem asiática, o fruto tem um tamanho que varia entre 3 a 5 cm e 2 a 3 cm de diâmetro. Isto depende da variedade. Tem uma casca exterior de diferentes cores, como o verde, o roxo e o preto. São fáceis de cultivar e muito sazonais.

    Quanto às suas propriedades nutricionais, o figo tende a ser digestivo, pois a sua composição contém a substância cradina, que é um fermento digestivo, e possui também um elevado teor de fibras que melhora o trânsito intestinal. Devido ao seu elevado teor de líquidos e de hidratos de carbono, pode ser desidratado deixando-o ao sol. Este processo também é útil para a conservação. Quando seco, pode ser utilizado em várias sobremesas e pratos.

    Arequipa é um dos principais exportadores de figos, mas Ancash está a assumir o controlo do comércio externo. Mesmo assim, Arequipa tem uma festa dedicada aos figos, conhecida como “El chimbango”, que se realiza nos bairros tradicionais. O chimbango é uma bebida na qual os figos são fermentados. Para obter uma boa bebida, recomenda-se colher os frutos que já saíram da árvore e deixá-los secar.

  • A azeitona(Olea europaea)

    A oliveira, da qual são colhidas as azeitonas, chegou ao Peru junto com os espanhóis na época da conquista. Em território peruano adquiriu uma variedade particular que se chama azeitona preta ou botija. Este produto é colhido após a maturação da azeitona, para a sua conservação é colocada em salmoura. Após 45 dias pode ser consumido, atingindo a maturidade máxima. Os meses de colheita são julho e agosto.

    A oliveira é bastante longeva, podendo atingir os 15 metros de altura e tem um tronco grosso, de aspecto retorcido. As flores são hermafroditas que se expandem em cachos. Quando as flores se desenvolvem, revelam pequenos bolbos que serão as próximas azeitonas. É importante ressaltar que dessas frutas se obtém o azeite.

    Os vales produtores de azeitonas estão localizados na zona costeira do sul do Peru. Inclui as regiões de Ica, Moquegua, Arequipa e Tacna. Em Arequipa, a província com maior produção é Caravelí, segundo alguns estudos colhe mais de 14.000 toneladas por ano.

 

Por Machupicchu Terra – Ultima atualização, outubro 17, 2023


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