Cemitério Presbítero Maestro em Lima
O cemitério Presbítero Matías Maestro é o cemitério mais antigo da América do Sul. Foi criado em 1808 para evitar sepultamentos em fundos eclesiásticos, como era costume na época da colônia. Lá estão os restos mortais de alguns dos personagens mais importantes da história do Peru como: Miguel Grau, Andrés Avelino Cáceres, Francisco Bolognesi e outros. Ao longo dos túmulos existem mausoléus que exibem uma beleza escultural peculiar. Localizada no coração de Lima, é uma das atrações turísticas mais sombrias e históricas da cidade.
Tudo sobre o cemitério Presbítero Maestro
O cemitério mais antigo do Peru
O cemitério Presbítero Matías Maestro é o cemitério mais antigo do Peru e da América do Sul. Foi construído em 1808, durante o vice-reinado do Peru. Seu nome homenageia o sacerdote, músico, arquiteto e escultor espanhol Matías Maestro, que se encarregou da construção do então denominado ‘Cemitério Geral de Lima’.
O cemitério possui 19 hectares e 776 monumentos funerários dos séculos XIX e XX onde se encontram os restos mortais de algumas das figuras mais ilustres da história peruana. Possui também cerca de 220 mil nichos com restos de gente, o mais antigo desde 1810.
Pela beleza arquitetônica de seus mausoléus adornados com esculturas de mármore, pedra e gesso; o cemitério é comparado a ‘uma floresta de mármore’ ou é até chamado de ‘Roma da América do Sul’.
Para atrair visitantes, seus sinistros corredores são organizados por setores como: os mausoléus dos presidentes, os mausoléus dos escritores, os mausoléus dos heróis e até os temidos pavilhões dos suicidas e ateus.
Entre as pessoas mais famosas enterradas estão: Miguel Grau, Ricardo Palma, José Carlos Mariátegui, Francisco Bolognesi, Andrés Avelino Cáceres, Felipe Pinglo Alva, José María Eguren, Alejandro Villanueva, José Sabogal e mais.
Para atrair mais visitantes, o cemitério organiza passeios noturnos com guia turístico em alguns dias da semana. A Lima Charity Society é a entidade responsável pela preservação do local.
Visitar o cemitério Presbítero Maestro é uma aventura cultural sombria através da história do Peru.
Localização
O cemitério está localizado no coração da cidade de Lima. Da histórica Praça principal de Lima, você deve continuar de carro por um poucos 3,2 quilômetros aproximadamente.
O cemitério está localizado em Jirón Ancash, distrito do Cercado de Lima.
Mapa do lugar
Como chegar lá
Para chegar ao cemitério Presbítero Maestro de qualquer parte da cidade de Lima você deve seguir estes passos:
- De qualquer setor da cidade de Lima, você deve pegar um táxi ou transporte público para o centro de Lima.
- Dependendo de onde você estiver, você pode pegar o trem elétrico da linha 1 (bilhete a 1,5 soles peruanos), o ‘corredor azul’ (bilhete a 1,5 soles peruanos) ou a linha ‘Metropolitano’ (passagem de peruanos 2,5 soles ).
- Em qualquer caso, você deve terminar a viagem de táxi. O único meio de transporte público seguro que pode deixá-lo no portão do cemitério é o trem elétrico da linha 1.
História
O cemitério Presbítero Maestro tem mais de 200 anos de história. A sua criação remonta a 1808 sob a administração do vice-rei José Fernando de Abascal que encomendou a obra ao sacerdote, arquitecto e artista espanhol Matías Maestro.
Porque o costume durante o vice-reino do Peru era enterrar os mortos nas galerias subterrâneas de igrejas (como as famosas catacumbas da Igreja de São Francisco em Lima); o cemitério foi muito resistido pela população de Lima.
O local escolhido foi a periferia de Lima naquela época, um lugar remoto por motivos de saúde. O primeiro falecido registrado foi o nicho da Beata María De la Cruz e De la Luz em 1810.
Ao longo do século 19 e início do século 20, os principais personagens da oligarquia de Lima foram enterrados lá. Para citar alguns exemplos, cabe citar o ex-presidente Nicolás de Piérola (1913), o pensador Manuel Gonzáles Prada (1918), o escritor Ricardo Palma (1919), o ex-presidente Andrés Avelino Cáceres (1923), o ex-presidente Augusto Leguía (1930), o poeta José Santos Chocano (1934), o compositor Felipe Pinglo Alva (1936), o poeta José María Eguren (1942) e mais.
Em 1923 o ‘Cemitério Geral de Lima’ mudou seu nome para ‘Cementerio Presbítero Matías Maestro’ em homenagem ao autor da referida construção. Em 1972 o local tornou-se um ‘Monumento Histórico’. Em 1999, devido ao seu valor histórico, foi nomeada museu.
Um dos acontecimentos mais notórios do cemitério foi o nu da dançarina Norka Rouskaya em 1917. Fato que escandalizava a sociedade limaiana da época. A partir da segunda metade do século XX, a cidade cresceu e o cemitério perdeu o caráter exclusivo que o caracterizou por muitos anos.
Ao longo de sua história, mausoléus e obras escultóricas de artistas importantes como o espanhol Damia Campeny, o francês Louis-Ernest Barrias ou o italiano Rinaldo Rinaldi foram construídos no cemitério. Hoje, essas obras representam uma das atrações turísticas mais famosas de Lima.
O Museu Presbítero Maestro
A Sociedad de Beneficencia de Lima organizou um museu temático que explica o grande valor histórico de suas criptas, nichos e mausoléus. Existe um inventário com os personagens principais cujos restos mortais estão lá. A entrada no museu está incluída no bilhete de entrada.
O passeio pelo cemitério é complementado por uma visita ao museu.
A Cripta dos Heróis
A Lima Charity Society organizou um tour histórico do cemitério, que eles chamaram de ‘Museu do Sacerdote Mestre’.
Os passeios são temáticos e são organizados da seguinte forma: a) os mausoléus dos heróis da pátria, b) os mausoléus dos ex-presidentes peruanos, c) os mausoléus dos escritores, d) os mausoléus dos cientistas e e) o mausoléu do garoto milagroso Ricardito.
De todos eles, o espaço mais famoso é a ‘Cripta dos Heróis’, criada em 1908, onde estão os restos mortais de heróis do Peru caídos durante a Guerra do Pacífico, tais como: Miguel Grau, Andrés Avelino Cáceres, Francisco Bolognesi, Alfonso Ugarte e os restos mortais de vários peruanos que morreram nesses confrontos. Em 2018, foram enterrados os restos mortais de Luis Alberto García Rojas, considerado um herói da Guerra do Cenepa que enfrentou Peru e Equador em 1997.
A Cripta dos Heróis tem uma arquitetura eclética feita pelo francês Emile Robert. Tem uma forma circular e uma cúpula com 30 metros de altura. Está dividido em duas caves e um piso principal. Destaca-se por sua bela decoração neoclássica e seu revestimento interno de mármore.
Figuras históricas enterradas no Museu Presbítero Maestro
Ramón Castilla – Enterrado em 1867. Ele foi um ex-presidente peruano que governou de 1845 a 1851 e de 1855 a 1862. Seu mausoléu fica na porta 4 lado norte do cemitério.
Antonio Raimondi – Enterrado em 1890. Ele era um geógrafo e naturalista peruano naturalizado italiano naturalizado. Ele estudou a flora e a fauna peruanas. Ele descobriu o ‘Puya de Raimondi’. Seu mausoléu fica no flanco leste do portão 4.
Augusto B. Leguía – Sepultado em 1932. Ele foi um ex-presidente peruano que governou de 1908 a 1921 e de 1919 a 1930 (o famoso oncênio). Seu mausoléu fica no flanco oeste do portão 3.
José Santos Chocano – Enterrado em 1934. Foi um poeta peruano famoso por obras como Alma America, Iras santas e En la pueblo. Em sua tumba há um epitáfio que indica em verso que ele será enterrado em pé no espaço de um metro quadrado. É assim que seus restos mortais são. Ele está localizado no flanco norte do portão 4.
Alejandro Villanueva – Sepultado em 1944. Foi um ex-jogador de futebol peruano identificado como a glória do clube Alianza Lima. O nicho fica na porta 5.
José Sabogal – Sepultado em 1956. Foi um pintor peruano que promoveu a tendência indígena. Suas obras mais famosas são India del Collao, Quechua India e Creole Tanagra. O nicho está na porta 5.
Raúl Porras Barrenechea – Sepultado em 1960. Foi um dos historiadores e intelectuais mais proeminentes da história do Peru. Seu rosto está nas atuais cédulas peruanas de 20 soles. O nicho é na porta 3.
Ciro Alegría – Sepultado em 1967. Foi um escritor peruano que promoveu a tendência indígena. Suas obras mais famosas são O mundo é vasto e estranho e Os cães famintos. Seu túmulo está no portão 3 do flanco leste.
Passeios noturnos
Os passeios noturnos acontecem das 19h às 22h. Elas são realizadas tanto em áreas turísticas quanto nas áreas mais sinistras, como a passagem de suicidas e ateus. Embora seja possível fazer o passeio sem guia, é recomendável contratar um no portão de entrada.
Preço de admissão
Os ingressos para o passeio de um dia têm o seguinte custo:
- Adultos: 8 soles peruanos.
- Crianças até 12 anos: 2 soles peruanos.
- Idosos: 3 soles peruanos.
- Estudantes universitários: 7 soles peruanos.
Os ingressos para o passeio noturno têm o seguinte custo:
- Adultos: 22 soles peruanos.
- Crianças até 12 anos: 11 soles peruanos.
Horário de atenção
O cemitério está aberto à visitação turística de segunda a domingo, das 9 da manhã às 6 da tarde. Os passeios noturnos funcionam das 7 às 10 da noite.Fotos do Cemitério do Presbítero Maestro
Mais informação
Se você gosta de monumentos históricos, também pode visitar a Igreja de San Francisco em Lima, em cujas galerias estão centenas de crânios e ossos, as famosas catacumbas. Esta igreja está localizada no Centro Histórico de Lima, a poucos passos da Praça principal da cidade.
O serviço de guia turístico tem um custo de 55 soles peruanos por grupo. A licença para tirar fotos custa 11 soles peruanos.
Um dos monumentos mais visitados do cemitério é o que homenageia o menino Ricardito. Lá estão os restos mortais de Ricardito Espiell Barrionuevo, que morreu aos seis anos. Alguns visitantes acreditam que a fé nesta criança concede milagres.
O cemitério está localizado em uma área de Lima com altos índices de roubos. Por este motivo, recomenda-se estar acompanhado e sem objetos de grande valor.