Museus de Arequipa

Museu dos Santuários Andinos de Arequipa

Arequipa antes da era Inca

Os primeiros habitantes da região de Arequipa dedicaram-se à pesca, à caça (principalmente auquénídeos) e à coleta de alimentos de origem natural. Essas primeiras pessoas foram agrupadas em famílias ou grupos étnicos e eram nômades. Vários estudos indicam que o território de Arequipa, antes da chegada dos Aymaras, era ocupado por etnias Puquina. Isto é demonstrado pela descoberta em 1942 do assentamento Kasa-Patak Puquina.

Com o desenvolvimento cultural desses grupos étnicos, foram construídos sistemas de irrigação e áreas de cultivo incipientes, apesar da árida geografia andina. Os primeiros habitantes da atual cidade de Arequipa foram os Yarabayas e os Chimbas. Outros grupos étnicos localizados no alto da Cordilheira dos Andes também se destacaram, como os Coláguas e os Cabanas. Antes do século XIV, o Vale do Chili apresentava um desenvolvimento incipiente na agricultura e na cerâmica.


Arequipa durante a era Inca

Estima-se que os Incas chegaram ao Vale do Chili no século XIV sob a liderança de Mayta Cápac, que ordenou uma cerca de vigilância contra as etnias Yanaguara e Chumbivilca. Na época, os Incas eram um curacazgo que lutava para se expandir nas montanhas do sul, em rivalidade com seus inimigos mais fervorosos, os Chancas. Derrotados os Chancas, sob a liderança do imperador Pachacutec, começaram as campanhas para conquistar o Vale do Chili.

Os Incas subjugaram os povos nativos de Arequipa através do sistema de mitimaes e da prática de uma campanha para ensinar a língua quíchua e as práticas religiosas incas. Quanto ao nome ‘Arequipa’, as crônicas do Inca Garcilaso de la Vega indicam que quando Mayta Cápac chegou ao Vale do Chili disse na língua quíchua ‘Ari qquepay’, que significa ‘Vamos ficar aqui’. A verdade é que, após a fundação inca de Arequipa, foram distribuídas as aldeias de Yanahuara, Cayma, Paucarpata, Tiabaya, Socabaya, Chiguata e Characato.

Durante a era Inca, a atual região de Arequipa fazia parte de Contisuyo, região de grande importância religiosa devido à existência de picos nevados, considerados ‘apus’ ou deuses sagrados. Isto é demonstrado pelos achados de sacrifícios de crianças, o famoso ritual Capacocha, nas inóspitas neves de Misti (5.822 metros acima do nível do mar), Chachani (6.057 metros acima do nível do mar), Pichu Pichu (5.664 metros acima do nível do mar), Coropuna ( 6.377 metros acima do nível do mar) e Ampato (6.288 metros acima do nível do mar). Neste último, por exemplo, foi encontrado o corpo mumificado de uma menina, popularmente batizada como ‘a menina Juanita’ (atualmente no museu dos Santuários Andinos de Arequipa).


Colonialismo em Arequipa

A cidade de Arequipa foi fundada em 15 de agosto de 1540 pelo tenente governante Garci Manuel de Carbajal e denominada ‘Villa de la Asunción de Nuestra Señora del Valle Hermoso de Arequipa’. Antes, em 1534, os espanhóis chegaram a Cusco, fundando uma nova cidade espanhola e consolidando o seu domínio sobre os Incas. Após a fundação, os lotes foram distribuídos, dedicando um espaço para a Catedral, a Companhia de Jesus e nomeando Juan de la Torre e Díaz Chacón como primeiros prefeitos.

Em 1571, o vice-rei Francisco de Toledo concedeu à cidade de Arequipa o título de ‘muito nobre e muito leal’ pela sua lealdade à coroa espanhola. E a cidade era ocupada principalmente por pessoas de origem espanhola. Naquela época, os principais templos e casarões coloniais foram construídos com o material vulcânico mais abundante da região: a silhar. A cidade de Arequipa desempenhou um importante papel comercial porque estava localizada perto dos portos de Quilca, Islay e Mollendo.

Contudo, após mais de três séculos de colonialismo, Arequipa não ficou imune às correntes emancipatórias. A cidade acolheu com alegria a entrada das tropas de Mateo Pumacahua. Inclusive parte de sua população aderiu à famosa revolução de Túpac Amaru II, em Cusco. Tal como em outras regiões do Peru, o movimento independentista acabou por atingir o seu objetivo. Em Arequipa, como produto dessas guerras e mortes, foi erguida a figura do jovem poeta Mariano Melgar, fuzilado em 1815 pelo exército espanhol.

Finalmente, desde o início da era do vice-reinado do Peru em 1543 até o seu final em 1821, Arequipa adotou profundas mudanças em sua cultura, religião, arquitetura, idioma e muito mais. Vale destacar a extirpação dos deuses de origem inca e pré-inca para dar lugar ao culto aos deuses cristãos. Em resumo, Arequipa teve muita influência da época colonial, o que transformou aspectos culturais que persistem até hoje.


Arequipa atualmente

Arequipa é atualmente a segunda maior e mais populosa cidade do Peru, depois de Lima (de acordo com o censo de 2017, tem uma população de 1.460.433 habitantes). As suas principais fontes económicas são a mineração, o comércio, a pecuária, a agricultura e o turismo. O Vale do Colca é o seu principal destino turístico. Em 2018, 298.442 visitantes entraram no Vale do Colca. Outras das suas principais atracções turísticas são: o Mosteiro de Santa Catalina, a Reserva Paisagística de Cotahuasi, o Santuário Nacional Lagunas de Mejía e a Reserva Nacional Salinas y Aguada Blanca.

Arequipa é também conhecida por oferecer uma das melhores cozinhas do Peru. Esta é baseada nas suas picanterias, onde são preparados pratos como chupe de camarones, solterito, rocoto relleno, picante de camarones, queso helado, adobo arequipeño e outros. A região também é famosa pelas suas danças, como o wititi, o montonero arequipeño, o carnaval, os turcos de Cacharpari, a dança do Chaco e muito mais. Arequipa é conhecida como “a cidade branca” devido aos seus edifícios coloniais e modernos feitos de pedra sillar. É uma das principais regiões do Peru.




Os museus de Arequipa que não pode deixar de visitar


Museu dos Santuários Andinos de Arequipa

Museu dos Santuários Andinos de Arequipa

Famoso museu em Arequipa que exibe o corpo da rapariga sacrificada nos tempos dos Incas, a “múmia Juanita”.

A Casa Moral

A Casa Moral

O museu La Casa Moral exibe peças históricas do século XVIII, como móveis, obras de arte e muito mais.

Museu Casa Mario Vargas Llosa

Museu Casa Mario Vargas Llosa

Casa e museu onde viveu o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa, natural de Arequipa.

A Catedral de Arequipa

A Catedral de Arequipa

A Catedral exibe obras de arte colonial como telas, esculturas, objetos de ouro e prata e móveis dos séculos XVI, XVII e XVIII.

A igreja da Companhia de Jesus

A igreja da Companhia de Jesus

Igreja administrada pelos Jesuítas que apresenta uma bela estrutura colonial, além de obras de arte em seu interior.

A mansão do fundador

A mansão do fundador

Museu na zona rural da cidade que foi mansão de Garcí Manuel de Carbajal, fundador da cidade de Arequipa em 1540.

O Mosteiro de Santa Catarina

O Mosteiro de Santa Catarina

Famoso museu colonial de Arequipa que expõe a vida monástica no convento de Santa Catalina (século XVI).

Museu de Arte do Vice-reinado de Santa Teresa

Museu de Arte do Vice-reinado de Santa Teresa

Museu que expõe telas, esculturas, murais da época do vice-reinado de Arequipa (séculos XVI, XVII e XVIII).

O Palácio Goyeneche

O Palácio Goyeneche

Casa-museu do famoso Bispo Goyeneche que exibe arquitetura neoclássica e obras de arte de grande valor.


Perguntas e respostas sobre os museus de Arequipa

  • Qual é o melhor museu de Arequipa?

    O Museu e Convento de Santa Catalina é considerado o melhor da cidade de Arequipa. Recebe cerca de 238 mil turistas por ano.

  • Que museus visitar na cidade de Arequipa?

    Na cidade de Arequipa você pode visitar museus como: o Mosteiro de Santa Catalina, o Museu dos Santuários Andinos, o Museu de Arte do Vice-reinado, bem como os museus da Catedral e da Igreja da Companhia de Jesus de Arequipa.

  • Que museu expõe a múmia Juanita?

    Em Arequipa existem museus que exibem peças coloniais originais, entre os quais se destacam: o Museu de Arte do Vice-reinado de Santa Teresa, o museu do Mosteiro de Santa Catalina, o museu da Companhia de Jesus e o museu da Catedral de Arequipa.

  • Que museu expõe peças coloniais em Arequipa?

    Existem vários museus que exibem obras de arte colonial em Cusco. Entre eles, destaca-se o Museu de Arte Sacra de Cusco, que exibe a maior coleção de arte do vice-reinado como telas, móveis e elementos litúrgicos de prata e ouro.

  • Onde fica o museu dos Santuários Andinos?

    O museu Santuários Andinos está localizado no centro histórico da cidade de Arequipa, na rua La Merced, 110. A entrada geral custa 25 soles peruanos.

  • Em que museu de Arequipa posso ver peças originais incas?

    O museu dos Santuários Andinos exibe peças incas originais, encontradas nas alturas nevadas de Arequipa na cerimônia de sacrifício de crianças, a ‘capacocha’ dos Incas.

  • Existe um museu no Canyon do Colca?

    No Vale do Colca pode-se visitar o Museu Yanque, administrado pela Universidade Católica de Santa María. O museu etnográfico mostra o processo evolutivo do vale, a sua flora, fauna e tradições.

  • Onde fica o Museu de Santa Catalina? Quanto custa?

    O Museu de Santa Catalina, um dos mais visitados de Arequipa, está localizado no centro histórico, na Rua Santa Catalina 301. Seu horário de funcionamento é de segunda a domingo, das 9h às 17h.